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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Crianças de hoje mudarão as regras do consumo consciente


Escovar os dentes com a torneira fechada. Jogos de tabuleiro que simulam compras de áreas de preservação ricas em recursos naturais ao invés de apenas terrenos. Escolas ensinando o ciclo da reciclagem para crianças de 0 a 6 anos. Estamos diante de um novo cenário onde os futuros consumidores exigirão como diferencial a causa verde. Preservar, reaproveitar e não desperdiçar. Assim, os pequenos de hoje estão sendo preparados para o consumo de amanhã, muito mais consciente e responsável.

O tema ganha novos rumos a cada dia. Tragédias ecológicas são noticiadas e o comportamento do consumidor está em cheque. Por isso, já é possível encontrar escolas que ensinam crianças a terem hábitos sustentáveis. Em alguns casos, os pais se preocupam em criar um “eco-chato”, apelido dado aos defensores da causa verde. Mas não são apenas as escolas. Se antes o Banco Imobiliário incentivava o consumismo desenfreado aos futuros profissionais diante de um tabuleiro, hoje, o mesmo jogo ganha ares sustentáveis.

As marcas do varejo também aderiram à causa que qualifica a educação dos pequenos sobre a proteção ao planeta. A Danone, por exemplo, lançou o Danoninho Para Plantar e salienta a importância do reflorestamento. Apesar da causa ser verde, o comportamento do consumidor entrou em alerta vermelho.

Educação a distância se reinventa e conquista o brasileiro

A educação a distância está indo longe no Brasil. Somente em 2008, data do último levantamento realizado pela Associação Brasileira de Ensino a Distância, havia mais de 2,6 milhões de brasileiros estudando online. Até o ano passado, o segmento tinha uma oferta de 1.752 cursos. Atualizados para os dias de hoje, estes números podem ser ainda maiores, mas nem sempre foi assim. A baixa adesão até os anos 2000 era reflexo de um modelo que privilegiava a tecnologia em detrimento de uma metodologia própria, o que hoje faz toda a diferença.

O modelo nascido no século XIX viveu por muitos anos atrelado unicamente à tecnologia de sua época. Primeiro, o ensino era difundido por correspondência. Depois veio o rádio, a televisão, o CD, a transmissão via satélite e, mais recentemente, a internet. Como em muitos mercados, a web revolucionou a forma de estudar a distância. Trouxe um mundo de conexões para o segmento, interatividade, mobilidade e flexibilidade, ingredientes fundamentais para o sucesso de escolas especializadas como FGV online e Englishtown e para a aposta de empresas como Petrobras, Vale, Banco do Brasil e Pirelli em seu modelo mais barato e de maior abrangência.

Mais do que uma plataforma favorável à educação a distância (EAD), a grande revolução está na metodologia. “Durante um bom tempo, o ensino a distância foi visto como de segunda classe porque ele sempre aconteceu a reboque das mídias. Nunca a partir de uma plataforma pedagógica”, aponta Tatsuo Iwata Vice-Diretor Geral da ESPM-RJ. “Hoje, as instituições estão pensando em como criar programas em que o projeto pedagógico tenha uma metodologia própria, construindo cursos que levem em consideração a linguagem correta”, afirma o especialista no assunto em entrevista ao Mundo do Marketing.

Modelo sofre transformação
“O EAD ressurgiu nos anos 2000 com foco no aluno. Antes, o foco era na tecnologia e não pensava no estudante. Usaram o meio como um fim achando que era o suficiente. A tecnologia serve para facilitar a interação entre as pessoas”, ressalta Felipe Spinelli, Gerente Comercial e de Marketing do FGV online. Houve uma transformação no modelo com a entrada na era multimídia e digital, com uma rede como a internet que permite atualização e interação entre as pessoas em tempo real, a partir de uma plataforma social. “Se compararmos o que tínhamos nas décadas de 1960 e 1970, o que vivemos hoje é uma revolução”, completa Persio De Luca, Gerente Geral da EF Englishtown no Brasil.

O que antes se resumia a papel e texto ou apenas a uma voz, hoje ganhou contornos praticamente infinitos. Há texto, áudio, vídeo, trechos de filmes em alta definição, desenho, animação, cases, hipertexto, fóruns de discussão, chats, reconhecimento de voz e já se cogita até o dia em que o professor se materializará na frente do aluno onde quer que ele esteja com tecnologia de realidade virtual. Só o novo método da Englishtown é resultado de nada menos do que US$ 55 milhões investidos em pesquisa e desenvolvimento realizado em Xangai, Zurique e na Universidade de Cambrigde, sem contar os mais de 500 vídeos produzidos com atores e roteiristas de Hollywood. Tudo isso para atender 100 mil alunos, sendo 20 mil corporativos e dar conta de um crescimento de 60% ao ano

Alunos da rede pública serão obrigados a ver filmes nacionais

Estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas serão obrigados a assistirem, no período de um mês, a pelos menos duas horas de filmes nacionais. A proposta faz parte de um projeto de lei, aprovado nesta terça-feira (25) em caráter terminativo, pela Comissão de Educação do Senado.

De acordo com o texto, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), essa exibição passa a ser um dos componentes do currículo escolar. O objetivo, segundo o político, é disseminar a cultura na rede pública a um custo reduzido e despertar nas crianças o interesse pelas produções nacionais.
"Escola sem cultura não é escola. É difícil fazer teatro em todas as escolas, mas cinema é perfeitamente possível. Com isso, a gente vai criar uma demanda para os filmes no futuro. Quando essas crianças crescerem, vão começar a ir ao cinema com mais frequência, entender e gostar mais dos filmes brasileiros", declarou o senador à Rádio Senado.

Para Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp (Universidade de Campinas), o projeto é interessante para a formação, mas ele não deve se resumir apenas a uma prática de recreação.

"Tudo depende do método que será utilizado para trabalhar o conteúdo. Dá para aprender assistindo filmes, agora é preciso que o professor que conduz uma atividade como esta esteja muito bem preparado, senão é mais um tempo perdido dentro da sala de aula", diz Malavasi.
Maria Peregrina de Fátima Rotta Furanette, coordenadora do curso de pedagogia Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Presidente Prudente, diz que a medida é importante para resgatar a cultura brasileira. Segundo ela, é necessário, porém, criar um projeto pedagógico para que o trabalho dê resultados.

"O professor precisa aprender a escolher bem os filmes assim como está aprendendo a escolher os livros didáticos. Ele tem que saber da qualidade dos filmes de acordo com a faixa etária com que ele vai trabalhar", diz Furanette.
Caso não seja apresentado recurso para que o texto seja analisado pelo Plenário, o projeto seguirá agora diretamente para a Câmara dos Deputados.